quinta-feira, 21 de julho de 2011

Um Novo Obrigado!

E assim, com cerca de 8 meses de existência, o Estranho Quotidiano atinge as 10.000 visualizações, com os seus 74 fieis seguidores.


Este post é dedicado a todos vocês, onde aqui registo um eterno obrigado pelas vossas críticas e opiniões que ajudam este espaço a crescer dia após dia.

Sugestões para novos temas serão sempre bem-vindas.


"10 Christmas Carols for 10 Psychological Disorders...." 

1. Schizophrenia
Do You Hear What I Hear?
2. Multiple Personality Disorder
We Three Queens Disoriented Are
3. Amnesia
I Don't Know if I'll be Home for Christmas
4. Narcissistic
Hark the Herald Angels Sing About Me
5. Manic
Deck the Halls and Walls and House and Lawn and Streets and Stores and Office and Town and Cars and Buses and Trucks and Trees and Fire Hydrants and ...
6. Paranoid
Santa Claus is Coming to Get Me
7. Borderline Personality Disorder
Thoughts of Roasting on an Open Fire
8 . Full Personality Disorder
You Better Watch Out, I'm Gonna Cry, I'm Gonna Pout, Maybe I'll tell You Why
9. Obsessive Compulsive Disorder
Jingle Bells, Jingle Bells, Jingle Bells, Jingle Bells, Jingle Bells, Jingle Bells, Jingle Bells, Jingle Bells, Jingle Bells ..
10. Agoraphobia
I Heard the Bells on Christmas Day But Wouldn't Leave My House
11. Senile Dementia
Walking in a Winter Wonderland Miles From My House in My Slippers and Robe
12. Oppositional Defiant Disorder
I Saw Mommy Kissing Santa Claus So I Burned Down the House
13. Social Anxiety Disorder
Have Yourself a Merry Little Christmas while I Sit Here and Hyperventilate.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Depressão vs Melancolia: Algumas Notas


Conceitos como tristeza, depressão, melancolia encontram-se intrincados no seio da nossa comunicação, presentes no dia-a-dia, vulgarmente confundidos ou reduzidos ao mesmo.

A tristeza aparece quando se perde algo ou alguém a que se estava fortemente ligado. Contudo, quando esse algo que se perdeu era já era visto como incerto e apenas mantido por uma crença relacionada a um sentimento de omnipotência, a tristeza é sentida, mas negada a realidade da perda – ou, mais precisamente, negado o sentimento de perda. E assim se instala a depressão. 

A depressão é, assim, a negação do sentimento de perda; está-se triste sem saber porquê.

Quando se perdeu alguém de quem se estava dependente, mas cuja dependência era sentida como uma inferioridade pessoal, da mesma forma a tristeza é sentida, mas negado o sentimento de perda. E, pela mesma razão, se instala um quadro depressivo.

O depressivo é um individuo com uma deficiência na auto-estima (no narcisismo para ser mais correcto). A sua representação e o seu valor próprio é confirmado e avaliado pelos outros, sendo estes o espelho da sua imagem,os que constroem a sua representação e provocam admiração e o dito amor.

Já a depressividade não é idêntica à personalidade depressiva corrente; precisamente, pelos  sintomas comuns da última (quebra de energia, falta de esperança no Outro, no mundo). Pelo contrário, os doentes têm energia, mas é uma energia de esforço. São pessoas com uma forte tendência para idealizar os outros (mergulharem na fantasia narcísica). Sobrevivem da idealização dos outros, idolatrando o ente amado, que adoram e veneram (numa posição submissa e algo penosa). Não esperam, nem obtêm, em significativa medida, a retribuição devida e desejável. Agradecem o simples facto de poderem amar. São felizes fazendo os outros felizes; felizes – à sua maneira, abdicando do desejo próprio que quase ignoram. Vivem, pois, num amor não correspondido. O que, necessariamente, é deprimente. Mas não sentem, não vivem a depressão.

No Eu destas pessoas padece um vazio existencial que necessita de um amor para o seu preenchimento estrutural, estruturado e estruturante. Mas o sujeito, o Eu, ignora essa necessidade; e, consequentemente, não procura satisfazê-la. Como resultado da insatisfação existente mas ignorada, gera-se uma raiva imensa apenas sentida como tensão, desconforto ou irritabilidade – ou nem sequer sentida – e quase sempre não reconhecida, não ligada a eventos, pessoas ou propósitos.

São extremamente inseguros e muito dependentes, embora a dependência seja pouco notada, porque encoberta pelos comportamentos de cuidar dos outros.

Em suma, «o melancólico não sabe o que lhe falta, mas sabe que lhe falta algo (um amor envolvente, sabemo-lo hoje em dia). O pré-depressivo não sabe sequer que lhe falta algo – apenas ficou, quando ficou, a sensação corporal vaga de um mal-estar indefinido.» (Matos, A.C.)