segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

(Des)construindo o Amor

Neste dia tão aclamado e emocionalmente consumista que, pessoalmente, não contemplo com grande interesse, vou-me desleixar e não escrever nada pessoal sobre este dia dos Namorados e sim, partilhar, um artigo interessante que li há pouco tempo num espaço semelhante a este, chamado Significantes. Coloco o link no final do artigo. Espero que vos faça pensar.

O artigo chama-se, justamente:
 
(Des)Construindo o Amor 


“Nada é perfeito”.

Repetimos esta frase-clichê como papagaios, sem de fato levá-la a sério.

Síndrome de Cinderela, efeito colateral de quem assiste novelas, exigências em excesso, ou, seja lá como se possa chamar isso, o fato é que cada pessoa nesse mundo, quando se trata de amor, no fundo acredita que vai achar a sua cara metade, a tampa da sua panela, o seu príncipe encantado.

E não me parece que a culpa seja do Walt Disney, do Silvio de Abreu, do Manoel Carlos ou do fabricante da Barbie. Talvez seja estrutural.

Seres incompletos afetivamente, nós crescemos pensando que alguém/algo nos completará.

Inicialmente, quando crianças, há quem fantasie que o nascimento de um irmão possa suprir essa falta. Depois há quem queira um amor, não, não era bem esse, e nem esse, e nem aquele, e por aí vai. Pulando de amor em amor, ou/e queixando-se eternamente.

Volta e meia, escuto as pessoas dizerem – Ah, mas nada é perfeito! – em tom de lamentação.

Mas felicidade não é se conformar com o pouco que se tem. Ser feliz é coisa de outra ordem.

Saber, de fato, que nada é perfeito é um modo de felicidade. É ouvir o que dizemos. É nos levarmos a sério sem perder a leveza.

Apaixonar-se é um convite ao outro para atingir a perfeição, inalcançada sozinho. É um convite para atingir a perfeição, aquela inatingível. É, assim, também, um convite à frustração. E ela chega. É aí, então, que o outro aparece despedaçado, como sempre foi. Mas de repente, aquilo que deveria ser óbvio, vira novidade.

Há que se elaborar o luto da morte daquele amado, daquele ser que foi idealizado. E, talvez, seja só aí que o amor pode nascer. A partir da desconstrução do ideal do outro, ou de pelo menos, parte dele. O (verdadeiro) amor nasce do luto.

Fonte: http://significantess.blogspot.com/2011/02/des-construindo-o-amor.html

2 comentários:

  1. É uma honra ler-me aqui.
    Fique à vontade!

    Só tenho a lhe agradecer.

    Abraço!

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  2. Foi um prazer ler o seu artigo. E os bons textos merecem ser partilhados, reflectidos e discutidos.

    Abraços

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